Historial da Subericultura
O Sobreiro foi uma das espécies primitivas da floresta portuguesa que mais importância teve pela sua ampla distribuição no Centro e Sul do país, contudo a expansão demográfica e o aproveitamento agrícola das terras mais férteis, foram ao longo dos séculos, reduzindo a área ocupada pela floresta primitiva, tendo o sobreiro, em muitas zonas sido preterido em detrimento por outras espécies devido essencialmente à produção de madeira como aconteceu com a expansão do pinhal inicialmente e com o eucaliptal posteriormente.
Apenas no Alto Alentejo, não existiu demasiada pressão e se conservou grande parte do coberto florestal primitivo dos sobreirais, à excepção da Serra da Ossa onde à décadas, milhares de hectares de montado de sobro e sobreiral foram destruídos por empresas de celulose para conversão na monocultura de eucalipto para produção de rolaria para a pasta de papel.
Com o início da utilização da cortiça como vedante a partir do século XVIII, o sobreiro passou a ser economicamente muito interessante. Foi a época em que nasceu a subericultura portuguesa e formaram-se os sistemas agrosilvopastoris conhecidos por “montados”, que podemos considerar como um exemplo da gestão florestal sustentável a nível global, sempre que efectuada correctamente.
Em Trás-os-Montes favoreceu-se a regeneração natural e semearam-se sobreiros na denominada “Terra Quente”, tendo surgido as novas zonas suberícolas de Mirandela e do Tua. Foram também repovoadas também as bacias do Tejo e do Sado.
Como resultado, entre 1874 e 2006, a área de povoamentos de Sobreiro e Azinheira triplicou, sobretudo à custa do sobreiro, dado que a área da azinheira diminuiu.
No período que decorreu de 1994 a 2002, foram criados mais de 90 000 ha de novos povoamentos de sobreiro, puros e mistos dominantes, e beneficiados cerca de 72 000 ha de povoamentos existentes.
De acordo com os dados do 6º Inventario Florestal Nacional do Instituto Nacional de Conservação da Natureza e das Florestas – ICNF, o Sobreiro, em povoamentos puros e mistos dominantes e jovens, ocupa 737 mil ha, sendo a segunda espécie em termos de área ocupada em Portugal, constituindo também a maior área de sobreiro do Mundo.
Texto de Domingos Patacho
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